sexta-feira, 2 de março de 2012

indiferença


Nos apaixonamos pela mágoa e a tristeza; nas formas que encontramos para nos fazer doer, na estupidez de cultivarmos um constante querer sofrer.
Contudo, aprendemos a sofrer somente através de mãos e palavras. Remoemos papéis como se fossem lembranças, cuspimos a dor que somos incapazes de sentir.
O nosso sofrimento é raso; e a arrogância com que nos abraçamos a ele para mantê-lo é que nos impede de compreender o quão superficial sempre fomos.
É esse o nosso sofrimento; amassamo-lo, rasgamo-lo e então o jogamos no lixo.
Porque sabemos que daqui a quinze minutos estaremos livre dele, sorrindo e conversando sobre amenidades com outras pessoas que também fingem a dor. Pessoas que nos invejam a sinceridade que crêem ainda termos, mas que não sabem sermos nós também a sobra do que fomos, o desprezo e o nojo; o desamor.

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